sábado, julho 23, 2005

Eles "andem" aí!!!


Por alturas em que provavelmente o filme já só está a passar nas localidades mais remotas que mudam o filme em exibição de ano a ano, acho pertinente postar alguma coisa sobre o grande blockbuster que assolou as nossas salas de cinema recentemente: "War of the worlds".

Fui ver o filme com grande expectativa, pois sempre gostei bastante do trabalho de Spielberg, tal como do trabalho de Cruise, e ainda mais do trabalho de ambos depositado no mesmo filme (entenda-se "Minority Report"), logo, achei que não me iria desiludir com o badalado reencontro de ambos para o re-make da obra de H. G. Wells. Ja tinha visto o trailer, já tinha ouvido opiniões favoráveis de uns, e ideias que denegriam um pouco a essência do filme, de modo que achei melhor ver com os meus próprios olhos e tirar as minhas conclusões.

Fiquei surpreendida com o que vi. É um filme que pode ser visto como um turbilhão de efeitos especiais, contrastes visuais e a tensão óbvia, consequente da invasão extraterrestre que vai ocorrendo, e se apresenta como um puro extermínio da raça humana. Assim sendo, várias opiniões poderão surgir (o que realmente aconteceu), e uns acham o filme genial, porque lhes conseguiu pregar alguns sustos e é visualmente credível, outros encontram erros de realização, "pormenores estúpidos", "Ets ridículos", e um final feliz enjoativo.

Na minha opinião, o filme tem uma outra vertente que ultrapassa em muito a simples (!) invasão dos homenzinhos verde escuro ao nosso planeta. As 3 personagens mais focadas (Cruise, Dakota Fanning e Justin Chatwin) apresentam uma família problemática à sua maneira, e o medo mais primitivo que se instala, é uma gradual alteração das atitudes das personagens, é uma aprendizagem forçada de união e relacionamento familiar devido às circunstâncias. Por outro lado, os sentimentos e a revolta mais íntimos do ser humano são retratados com perícia, e a certa altura é permitido esquecermos o porquê do terror da humanidade naquela situação, para passarmos a observar esse mesmo terror na sua plenitude: seres da mesma espécie a lutarem cada um por si, pessoas íntegras a terem que recorrer à violência contra o seu semelhante para tentarem sobreviver, ao mesmo tempo que alguns continuam a tentar o trabalho de equipa e não são capazes de esquecer fazer o máximo pelos outros representantes da sua espécie.

Interessante é também a metáfora incluída propositadamente (segundo o próprio Spielberg) no filme relacionada com uma problemática bem actual: o terrorismo. Quando a invasão extraterrestre se inicia e o pânico se começa a instalar, a personagem de Dakota pergunta assustada ao pai (Cruise): "São os terroristas?". Pois bem, dá que pensar, pois os Ets ainda não começaram a desenterrar os seus tripods no nosso planeta, mas temos uma ameaça constante e tão ou mais perigosa que eles. E qualquer momento de desespero humano com pavor dos ETs pode ser transportado para um cenário de guerra e terrorismo, continuando compatível.

Foi um filme que me deu que pensar durante algum tempo no sentido de "e o que é que eu faria se estivesse naquela situação?". Nenhuma resposta lógica me ocorreu, seria mesmo necessário estar lá, e esperemos que isso não aconteça tão cedo:)

Realmente concordo com os que dizem que o final feliz foi demasiado lamechas... Era escusado a personagem de Justin ter reaparecido, depois de ter estado num local flagrante de uma explosão brutal, que aconteceu logo depois de um momento de fazer cortar a respiração, em que Cruise tem literalmente que escolher entre a filha e o filho... Mas o que é certo, é que se queria provar-se que qualquer pessoa poderá dar um bom pai com carinho e esforço, se o filho mais velho tivesse morrido, já teríamos razão para criticar a personagem de Cruise enquanto pai. Assim ao menos correu tudo bem, e pai e filho até se abraçaram, ficaram amiguinhos para sempre e pronto (é nesta parte que muitos têm vontade de vomitar...:P). Mas pronto, nao deixando também para segundo plano a ideia principal do filme, há que realçar também a ironia de seres monstruosos em máquinas gigantes virem a ser destruídos pelas criaturas mais pequenas do planeta, depois de nós (os supostamente inteligentes) termos tentado tudo o que podíamos contra eles... Ora viva a evolução e a adaptação ao ambiente em que estamos inseridos! E viva tudo aquilo que demos em Biologia no 12º (sim, não vou enumerar tudo porque além de ninguém ter paciÊncia para ler, eu também já não me lembro).

Vejam filme e critiquem a minha crítica:) (sem abusos, porque as opiniões discutem-se, mas não até à exaustão:P)

Darko *a gaja que tem consciência que "the truth is out there..." como diria o Fox Mulder...*

1 Comments:

Blogger ADEK said...

ora bem, serginho... já ias ver o filme!!! :) pronto, vê lá isso e comenta:)

Já agora: os tripods não foram destruídos pelos pássaros!! HELLO!?:)

10:30 da tarde, agosto 04, 2005  

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